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História

Casa Roque GameiroA Casa Roque Gameiro foi mandada construir em 1898 por Alfredo Roque Gameiro. O projeto inicial do edifício, que corresponde ao piso da entrada principal e ao torreão, construído para habitação do pintor e sua família é vulgarmente atribuído ao próprio Roque Gameiro.

Em 1900, Roque Gameiro mandou ampliar o edifício com a construção de mais dois pisos. Este projeto de autoria de Raul Lino, confere à Casa a imagem exterior que atualmente apresenta.

As opções estéticas da Casa, manifestam uma influência dos ideais nacionalistas partilhados por intelectuais e políticos da geração de 90 do século XIX. A Casa é um exemplo típico do conceito da “Casa Portuguesa”, inspirada na arquitetura popular das diferentes regiões do país.

Na conceção arquitetónica do edifício é notória a predileção por um conjunto de elementos decorativos diversos, alguns retirados da arquitetura popular de diferentes regiões do país, outros de inspiração naturalista e ainda outros ao gosto da arquitetura revivalista do final do século XIX. A porta de entrada de um só batente protegida por um pequeno alpendre, os telhados rematados pelo característico ondulado da telha portuguesa, as cantarias e o azulejo como elementos decorativos predominantes, harmonizam-se num todo que confere à Casa o estatuto de peça arquitetónica de maior interesse na atual zona centro da Amadora.

A família Roque Gameiro deixou a Casa da Venteira em meados dos anos 20. Permanece obscuro o percurso do edifício desde meados dos anos 20, até finais dos anos 60. Sabe-se que o edifício foi pertença de mais um proprietário e que, em 1959, o primeiro e segundo pisos da Casa, correspondentes a antigas arrecadações, haviam sido alterados e serviam de habitação a três ou quatro famílias. Em meados da década seguinte a habitação de Roque Gameiro serviu ainda de sede a uma associação local.

Nos anos 60, com a urbanização sistemática da zona centro da Amadora, foram publicadas várias cartas no jornal Noticias da Amadora, apelando à preservação do edifício. Dando resposta a essas solicitações, a Câmara Municipal de Oeiras vem adquirir o imóvel em 1969. Dez anos mais tarde, com a criação do município da Amadora, a nova autarquia herdou o imóvel e empreendeu a sua recuperação. A imagem exterior do edifício permanece igual à de 1900 e os pisos e divisões onde o revestimento azulejar foi conservado na sua totalidade ou muito próximo desta, permanecem intactos.

A Casa Roque Gameiroé uma das mais notáveis referências do património histórico e cultural do Concelho da Amadora. Tendo herdado este espaço, e reconhecendo o seu valor arquitetónico e patrimonial, a Câmara Municipal da Amadora empenhou-se na sua reutilização como Casa da cultura, da educação permanente e do lazer. Para tal aproveita um espaço polivalente capaz de promover, organizar e implementar diversas iniciativas de âmbito cultural, como sejam exposições temporárias, visitas guiadas à Casa, pequenos colóquios, receções, conferências, espetáculos de animação, música, realização de ateliês, feiras temáticas, entre outros.

Ao longo dos anos, a Casa Roque Gameiro tem garantido uma oferta regular de exposições e de atividades. O espaço exterior, sobretudo no período que decorre entre a primavera e o verão, proporciona um local de lazer e passeio onde se realizam pontualmente algumas atividades de exterior, das quais se destacam pequenas feiras temáticas, animações musicais, gincanas de jogos tradicionais, entre outros.

No âmbito de um programa contínuo de exposições temporárias realizadas na Casa Roque Gameiro, são motivo de destaque as exposições “Um Mundo de Descobertas” do Espólio do Museu de Marinha, “O Brinquedo através dos Tempos”, do Museu do Brinquedo, Raphael Bordalo Pinheiro “O Animal Político – Zoomorfismos Políticos na Sátira Portuguesa”, Ilustrações de Alfredo Roque Gameiro, “Instrumentos Musicais Portugueses” do Museu da Música, entre muitas outras.